domingo, 27 de fevereiro de 2011

ALEXANDRE, “o Grande” conquistador de corações femininos





 
As produções Hollyoodianas dos últimos tempos tem focado em cima da vida de muitos personagens históricos marcantes da humanidade. Alexandre III ou mais conhecido como Alexandre o Grande foi um deles. O filme “Alexandre” do Diretor Oliver Stone (2004), tentou mostrar um pouco do que foi a saga desse homem que aos 16 anos se torna general, e aos 20 anos herda o reino de seu pai, Felipe II da Macedônia que fora assassinado, e se transforma num dos maiores conquistadores de todos os tempos, responsável por levar a cultura grega ou helênica por lugares até antes não “explorados”.

Como preceptor, Alexandre teve nada mais nada menos que o filósofo Aristóteles para orientá-lo no começo da vida, lições estas que devem tê-lo acompanhado até seus últimos dias. Ele não apenas adotou e impôs novos costumes, como também promoveu um intenso intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente. Alexandre foi um grande difusor do conceito de helenicidade e seu sistema de propaganda está presente em
esculturas (como as de seu escultor pessoal, Lísipo) e em moedas que mandou cunhar. Utilizava essas imagens para mostras sua força física e o vigor em suas vitórias. De acordo com a pesquisadora e diretora do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP Maria B. B. Florenzano, ele “costumava usar suas
moedas as imagens de Zeus e Athena, seus deuses protetores, e também a do herói Hércules, que, na prática, era o retrato de Alexandre disfarçado”. Cunhada ou esculpida, sua feição remetia ainda à de um leão.

Na mitologia grega existiam dois deuses no qual poderia se fazer referência a dois tipos de homem. O Apolíneo (de Apolo), voltados à razão, e os dioníseos (de Dionísio, equivalente a Baco para os romanos) que eram voltados ao exagero das ações. De acordo com o historiador José L. Cerqueira da UFPE, “Alexandre estava nesse segundo grupo, participando de grandes bacanais da qual gostava muito (festas que duravam até 3 dias seguidos, regadas a orgias e muito vinho). Sua ansiedade de conquistar tudo o angustiava. Ele tinha uma presença de espírito muito grande . Antes do início da campanha, ele foi consultar um oráculo. A pitoniza o mandou esperar na fila. Ele foi lá várias vezes, puxá-la pelo braço, para que fosse atendido. Depois de muita insistência, ela reclama com ele: ‘Com você, Alexandre, não há quem possa’. Ele retrucou: ‘Não preciso de mais respostas, já me disse o precisava saber’”.

Na verdade, o que Alexandre faz é mesclar o que o mundo helênico até então tinha sistematizado em termos de conhecimentos, com as demais culturas na qual ia desbravando e dominando. Podemos até afirmar que foi o primeiro a fazer o que se chama hoje de “Globalização” entre os povos. O Ocidente deve muito a ele.

Contudo, a imagem desse grande conquistador que forjou o que chamamos hoje de Cultura Ocidental, no que diz respeito a sua virilidade para com o sexo oposto, ficou distorcida depois do filme de Oliver Stone. Muito são os que até hoje, depois de assistidir ao filme, fazem chacotas sobre sua pessoa. Onde estará a verdade? Onde investigar para conhecer melhor a vida privada de Alexandre e sua personalidade? Podemos confiar em um filme, ainda por cima Hollywoodiano, que sempre visam mais bilheterias do que a busca pela essência da verdade? A forma mais segura é mirar os textos que compilaram os originais do grego para o latim, como fizeram os historiadores romanos, ou os fragmentos gregos escritos por fontes diretas que conviveram com o rei, mesmo sabendo que ainda assim isso não garante a verdade absoluta dos fatos, mas reduz e muito os erros, na medida em que, como já dizia Walter Benjamin: “a história, é a história dos vencedores”. Cabe-nos então, procurar as evidências que comprovem ou desmintam o que lhe é atribuído.

Antes de taxar Alexandre como sendo homossexual, nada contra a homossexualidade, devemos refletir sobre o momento histórico em que o mesmo viveu. A bissexualidade entre os gregos na época de Alexandre era moderadamente aceita. Não existia os conceitos de hetero ou homossexual. Logo, como julgá-lo tendo como pesos e medidas os valores contemporâneos? Valores estes que beiram a extremos homofóbicos. Assim, vale ressaltar a cronologia de suas vitórias, que se encontram nos textos clássicos, misturando-se com a sua admiração e conquistas de belas mulheres.

As Mulheres no caminho do Rei

1 – DESTRUIÇÃO DE TEBAS: assim que sucede ao pai, Alexandre enfrente uma revolta em Tebas, sufocada em 335 a. C. Assim, consolida o poder sobre a Grécia. A tebana Timocleia escapou da escravidão por ser bonita. Ao vê-la, o rei encantou-se;

2 – RIO GRANICO: em 334 a. C. invade a Ásia Menor e encara os persas as margens do rio. Então avança pelo rio Cária (atual Turquia), derruba os portões de Halicarnasso e, em 333 a. C., nomeia Ada como rainha mãe e regente dos carianos;

3 – BATALHA DE ISSUS: em 333 a. C., Alexandre obteve a primeira grande vitória contra Dario III, que fugiu. Após a batalha, manteve os privilégios de Sisygâmbis, mãe do rei persa;

4 – CERCO DE TIRO: Alexandre sitiou a cidade por sete meses em 332 a. C. para dominar o mediterrâneo. Pouco antes, em Damasco, descobriu o sexo com Barsena. A concubina o seguiu em boa parte da campanha;

5 – GAUGAMELA: foi a maior de suas vitórias, em 331 a. C. Dario fugiu e seria morto pouco depois. Alexandre tomou a Babilônia e, em Persépolis, celebrou os feitos com Taís. A partir da Hyrcânia, em 330 a. C., até se casar, levava um harém;

6 – ESCARAMUÇAS CITAS: na Bactria e no Oxus, ele perseguiu cavaleiros citas nas estepes da região entre 329 e 328 a. C. para ampliar a fronteira. Fez a paz casando-se com Roxana e Parysatis, filhas dos reis locais;

7 – RIO HIDASPES: em 326 a. C., perde o cavalo Bucéfalo na batalha, mas derrota o rei Porus, Pouco depois, as tropas se rebelam e ele tem de voltar. Nesse ano, nasce Hércules, seu filho com Barsena. Roxana teria Alexandre IV após a morte do marido;

8 – O RETORNO DO REI: de volta a Susa, após lutar na Índia, casou-se em 324 a.C. com Estatira e Barsine, filhas de Dario. Planejava invadir Arábia, Cartago e Roma, mas morreu antes (talvez de bebedeira, malária ou sífilis) em 10/06/ 323 a. C., na Babilônia.



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