UM ANO DEPOIS, NOVAS CHEIAS DO RIO MEARIM.

(Foto feita por celular/Thomas/Pedreiras-MA)

A praticamente um ano atrás, assim que criei o Blog, postei um artigo sob o título "Aquecimento Global e as Cheias do Rio Mearim" no TÓPICO Meio Ambiente. No qual falei das relações do chamado "Aquecimento Global" e as mudanças climáticas no planeta. Algo já alertado pelos cientistas do Painel Internacional sobre Mudança Climática ( IPCC ), onde afirmam que a distribuição das chuvas pelo globo será fortemente alterada. Aumentando a disponibilidade de água em alguns lugares, principalmente nas latitudes médias e nas regiões tropicais úmidas. Havendo mais seca nas regiões áridas e semi-áridas. E mostrava que as enchentes nos municípios de Pedreiras e Trizidela do Vale no Maranhão, estavam diretamente relacionados com essas previsões.

Um ano depois, não deu outra! Novamente o

Rio Mearim volta a encher e desabrigar milhares de pessoas. No Maranhão, já são mais de 40 mil pessoas desalojadas de suas casas. Vivendo em condições extremas,sub-humanas, dividindo espaços em galpões e em escolas públicas improvisadas, com crianças, jovens, adultos, idosos, animais, sem as mínimas condições de higiene e alimentação - se houver alimentação para todos.

Campanhas são feitas para sensibilizar a sociedade, para que contribuam com donativos e com o que puderem. Concordo plenamente, nesse momento de aflição por que passam tantas famílias, devemos sim nos solidarizar com a causa. Entretanto, não devemos esquecer que a responsabilidade principal é do poder público, em ajudar de forma plena e efetiva todos os desabrigados pelas enchentes no Estado. Verbas é o que não faltam! Agora sim, é hora do poder público mostrar a que veio - ou seria a que foi eleito?

É um tanto falacioso, as autoridades utilizarem-se de argumentos dispersivos, ao colocarem o peso, ou pelo menos é o que dá a entender,da responsabilidade social para a sociedade não atingida. Se as prefeituras não tem projetos de recuperação dos rios, se elas não se preparam antecipadamente para garantir proteção para as famílias afetadas, se elas não acompanham os dados metereológicos, o problema não é da sociedade. Ou melhor, é sim! Pois se trata do retorno que temos, ao elegermos representantes tão medíocres para assumirem cargos de vital importância para a sobrevivência de todos.

Sem contar com outros fatos paradoxiais que ocorrem quando essas cidades ficam alagadas (Pedreiras e Trizidela do Vale). Uma pequena "elite" local aproveita para se divertir com as subidas das águas. Pegam sua voadeiras (canôa motorizada), outros Jat Ski, já presenciei até mini hiates (sem brincadeiras!). Saem pelas ruas alagadas fazendo tour, acompanhados de mulheres e amigos, tomando todas. Pouco ligando para aqueles que estão sofrendo. Poderiam muito bem utilizar seus binquedinhos para ajudarem os que precisam. Mas tal pensamento passa longe dessa burguesia.

Pode até parecer contraditório o que acabei de argumentar, pois os mesmos poderiam dizer que também não são responsáveis e nem obrigados a ajudarem os chamados alagados. Entretanto, são esses mesmos que fazem parte da cúpula política de forma direta e indireta dessas cidades. Fora aqueles outros, que não tem o mesmo poder aquisitivo (pequenos burgueses, proletários e lupin proletariados), mas tem como padrões o mesmo comportamento. Saem de suas casas para contemplarem o rio na sua cheia, tomarem suas cachaças e se divertirem as margens do Mearim. Sem refletirem o verdadeiro sentido daquilo tudo. É muita Alienação! Produto de anos de domínio de uma oligarquia, que pelo andar da carruagem, está difícil de sair das entranhas do poder em nosso Estado.

Devemos sim nos solidarizar e ajudar na mediada do possível. Assim como, cobramos das autoridades competêntes, atuações enérgicas para resolverem os problemas dos necessitados, o mais rápido possível. Afinal, os impostos que pagamos diarimente precisam serem revertidos de alguma forma para o benfício de todos, principalmente nestas horas.