terça-feira, 16 de março de 2010

Adeus à Glauco e Raoni



Por esses dias o Brasil ficou chocado com mais uma cena assustadora de violência. A morte do cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni Villas boas. Assassinados por um homem chamado de "Cadu" - que aparenta ter problemas com drogas, demonstram como vivemos em uma sociedade cada dia mais fragilizada pela expansão do "comércio" e do uso de narcóticos. Penso que, o Governo Federal deveria começar a ver com outros olhos o consumo cada dia mais crescente de drogas em nosso país, e tratar o assunto como caso de saúde pública. Do contrário, ainda iremos ouvir muitas notícias de várias tragédias diárias, envolvendo o tráfico e o consumo de substâncias ilícitas, como também das lícitas (alcool - milhares de mortos no trânsito; cigarro - milhares de mortes por câncer).

O cartunista Glauco, fez parte de uma geração de cartunistas que soube mais do nunca expressar o
comportamento do brasileiro, desde o seu cotidiano até a cena política nacional. Seus traços e seus personagens (Geraldão, etc) eram inconfundíveis. Surge na década de sessenta (60) com uma crítica anárquica e ao mesmo tempo bem politizada das mazelas que ainda hoje assolam a população brasileira. Lembro-me ainda muito jovem, de me deparar com os cartuns de Glauco e não entender muita coisa, pois sempre foram feitos para um público adulto e com um humor que ia do escraxado ao refinado. Mas, que já me chamava a atenção. A ponto de ficar questionando, "que doidera!". Hoje, já mais maduro, consigo entender que de "doido" ele não tinha nada, pelo contrário, para se fazer humor é preciso muita inteligência. O seu filho Raoni, aprendiz de feiticeiro, já trilhava o mesmo caminho no mundo dos cartuns. É realmente uma pena, que tenha ocorrido tamanha barbárie.

Só nos resta, esperar que a justiça seja feita! E que pai e filho estejam muito bem, aonde estiverem. "Desaparecem" os artistas e eternizam-se suas obras.

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